Dia 17 de Abril 2011, saída de Kathmandu às 07H00 para
aeroporto para formalidades de embarque para Paro, no Butão.
Aeroporto complicadíssimo. Logo no primeiro controlo fiquei
sem isqueiro. Malas no RX. Check In. Novo controlo e mais uma revista. A Ana, ainda
sofreu revista à mochila. Lá se foi o segundo isqueiro… Sala de embarque e mais
uma revista.
Finalmente embarque na Druk Air, para um voo curto de uma
hora, mas lindíssimo, uma vez que o mesmo acompanha a cordilheira dos
Himalaias. Quem for ao Butão, no voo de ida, peça janela do lado esquerdo e no
regresso janela do lado direito. Infelizmente na ida, já muitos sabiam deste
pequeno segredo e fomos do lado direito. Mas, com a boa vontade dos passageiros
do lado esquerdo, dá para dar umas espreitadelas. Na passagem pelo Evereste, há
honras de explicação pelo comandante do avião.
A aterragem é certamente das mais espectaculares do mundo.
Dado o relevo do país, a aproximação ao aeroporto faz-se a baixa altitude,
seguindo o curso de um rio. Curvas apertadas, baixa altitude, avião dentro de
um vale…fantástico! Aterragem em Paro com uma temperatura de 19º. E começa novo
“filme” no aeroporto…desta vez com os cigarros. No Butão o fumo está vedado aos
butaneses, desde 2004, dando mesmo pena efectiva de prisão. Mais tarde viemos a
saber que cerca de 130 pessoas estavam presos por esse delito. Aos turistas é
permitido, desde que não se fume em locais públicos. Entrada permitida de
cigarros por pessoas: 200. Taxa de entrada por volume 30 USD. Como cada um
levava um volume de cigarros, deixámos um na alfândega e só pagámos uma taxa. À
saída do país devolvem o tabaco retido.
O Butão é um pequeno reino budista no
meio dos Himalaias, onde os habitantes ainda vestem o traje tradicional,
trabalham na sua grande maioria na agricultura e vivem em pequenas aldeias
perdidas entre montes e vales verdejantes. É como estarmos num museu vivo. A
televisão existe desde o ano 2000.
Tem apenas 800 mil habitantes e em vez
de PIB guia-se pelo FIB, Felicidade Interna Bruta, um indicador instituído em
1972.
Tem também um sistema de turismo único.
Para obtermos o visto de entrada no Butão, que demorou alguns meses, tivemos
que contratar o serviço de uma agência de turismo homologada pelo governo. Há
uma taxa fixa diária mínima de 200 dólares por pessoa que inclui carro com
motorista, guia, alojamento e refeições durante a estadia. Existem um número
máximo de turistas autorizados a entrar. Este ano eram 20.000. Os hotéis e os
restaurantes são escolhidos pela agência. As refeições normalmente consistem
num menu de degustação de vários pratos da gastronomia local. Sendo também
conhecido como o país da malagueta, o picante foi retirado da comida servida
aos turistas, o que foi uma decepção. Felizmente havia sempre malaguetas.
Saída do aeroporto e começa a ânsia do
cigarro. O guia explicou que poderíamos fumar dentro do carro, meio refundidos.
Mas os isqueiros ficaram em Kathmandu…felizmente o carro tinha isqueiro, que
após 30 tentativas – nunca deve ter funcionado – lá aqueceu. Chegada ao hotel e
de novo o fumo. Onde se pode fumar? No quarto foi a resposta. Isqueiros? “no
Butão não se vende…”. Com dificuldade lá se consegui uns fósforos.
1º dia dedicado a Thimpu, a capital do
reino. Thimphu é a única cidade do país. É pequena e tem menos de 100 mil habitantes.
Não tem semáforos e apenas existe um polícia sinaleiro.
Visita a Tashicho Dzong, sede do governo
butanês e onde o Rei tem o seu escritório. Os “Dzongs” são antigas
fortificações de carácter religioso e militar. Aqui para se entrar as mochilas
passam por RX e os cigarros ficam retidos na entrada.
O desporto nacional é tiro com arco. A
distância incrível, duas equipas defrontam-se num campo, cada uma na sua
extremidade e tentam acertar num alvo minúsculo no extremo oposto. Sempre que
uma equipa acerta no alvo, é a equipa adversária que festeja o sucesso do tiro.
Uma vez que não estávamos a viajar em
grupo, para além das pernoitas e refeições nos locais previamente estabelecidos
pela agência, podíamos fazer alterações ao programa, o que aconteceu a nosso
pedido. Tiger Nest, uma escola, pequenas aldeias não turísticas, o contacto com
o povo em si. Depois de jantar pequeno passeio pela cidade. O cinema via-se o
filme cá de fora. Passámos por lojas com 2metros quadrados. Os cães nas ruas
são às dezenas. Um talho, na mesma bancada tem frangos e peixe fresco. O que a
ASAE iria adorar vir ao Butão…
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