A
presença humana no território remonta ao Paleolítico Médio. Mas terá sido a
partir do Neolítico (5.000 a.C. a 3.000 a.C) que as populações construtoras de
megálitos se fixaram um pouco por todo o território de Alcoutim. Testemunhos
dessa presença são os vários exemplos de monumentos megalíticos como antas,
menires, tholos ou cistas megalíticas.
No Período Romano,
abundam os vestígios que nos indicam a existência de comunidades organizadas em
núcleos habitacionais ou núcleos familiares. Aqui, o grande rio do Sul - o
Guadiana - exercia uma grande atracção como via de penetração das rotas
comerciais, que ligavam esta terra a todo o mediterrâneo.
Os quinhentos anos do domínio islâmico em Alcoutim, deixaram uma
abundante toponímia, o que nos demonstra a sua forte presença neste espaço.
Após a reconquista cristã,
(que terá ocorrido entre 1238, momento em que se conquista Mértola, e a tomada
de Ayamonte em 1239), Alcoutim é integrada no território português. A 9 de Janeiro
de 1304, D. Dinis dotou-a de foral que virá a ser reformado em 20 de Março de
1520, por D. Manuel I.
Nos finais do século XV, torna-se num condado a favor dos
marqueses de Vila Real. A família Meneses manteve este condado até ao século
XVII, momento em que os seus bens são integrados na Casa do Infantado (1654).
Na vila de Alcoutim, junto ao rio Guadiana,
existem três estátuas que evocam para a memória colectiva de três
figuras presentes na história desta terra e cujas actividades se
relacionavam estritamente com este rio: o pescador, o guarda-fiscal e o
contrabandista.
Estátua Guarda-fiscal
A Guarda Fiscal foi criada em 1885 e, a partir dai, os jovens
locais viam nela uma actividade que podiam desempenhar, fugindo ao trabalho
árduo e pouco rentável da vida do campo, obtendo mais tarde a almejada reforma,
então regalia de poucos.
Alcoutim era sede de secção e onde estava o Posto Central. Ao
longo do rio havia outros postos, que se viam entre si, para se poderem
comunicar por luzes, disparos e outras técnicas utilizadas. O controlo do rio
estava assegurado por estes postos construídos pelo Ministério da Fazenda. Os
contrabandistas eram, junto com os refugiados da guerra civil espanhola, os
principais alvos a caçar.
Estátua
Contrabandista
Naturalmente que Alcoutim, como vila raiana, teve propensão para
a actividade do contrabando, existindo ainda o factor económico resultante da
pobreza da região.
O contrabando fazia-se por toda a margem do rio, onde terminavam
os caminhos dos almocreves serranos. Trigo e outros cereais, figos, café, ovos
e gado, entre outros passavam perto da vila, nas épocas em que afluíam os
compradores a Sanlúcar. Oriundo da Andaluzia, era importante o contrabando de
tecidos e de miolo de amêndoa.
Estátua
Pescador
A
pesca no Guadiana foi, desde sempre, uma actividade exclusivamente artesanal,
destinada à subsistência das populações ribeirinhas.
Algumas
destas artes foram utilizadas até aos princípios da década de 90, momento em
que os últimos pescadores da vila cessaram a actividade, devido sobretudo à sua
reduzida rentabilidade e à introdução de legislação que proíbe e restringe a
utilização de determinadas artes e métodos de pesca.
Um segredo bem guardado é a praia fluvial de Alcoutim. Apanhámos água a 28º! Tem um bar de apoio e estacionamento. Se formos cedo ainda se apanham os chapéus de palha. Ficámos alojados na Pousada de Juventude, que tem sempre preços simpáticos, apesar desta pousada estar a precisar de umas obritas. Para jantar O Riverside Tavern tem uma lista interessante mas abusa nos preços de alguns pratos. Acabámos por descobrir que do lado espanhol se janta muito mais barato. Atravessar o rio custa 2€ por pax ida e volta, e compensa!