domingo, 31 de julho de 2016

SANLÚCAR DE GUADIANA (Espanha) - Julho 2016

Sob a protecção do reino de Taifa de Niebla, alguns grupos muçulmanos se estabeleceram nesta área, embora a origem da população actual deva ser colocado no meio do século XIII, com a conquista de Sancho II de Portugal e a construção de uma fortaleza.
Em meados do século XVII, Sanlúcar de Guadiana assume o fornecimento das tropas espanholas estacionadas na fronteira com Portugal, devido à guerra da independência deste país. Isso é quando o forte de San Jerónimo foi construído em 1642, e o Castelo de São Marcos. As novas defesas não impedem os portugueses de tomar a vila.
Ao longo de sua história, a cidade experimentou inundações do rio Guadiana. O mais devastador ocorreu em 1823, quando quase metade das casas foram destruídas.

A proximidade com o rio também trouxe benefícios. Passagem obrigatória em rotas de comércio no século XIX torna-se um centro de onde a madeira, chumbo e sabão são exportados.














MÉRTOLA - Julho 2016

Denominada Mírtilis Júlia (em latim: Myrtilis/Mirtylis Iulia) após a invasão romana da península Ibérica, seguiu-se-lhe a ocupação pelos Visigodos. Após a invasão muçulmana da península Ibérica passou a ser denominada como Martulá (Mārtulah).

Constituía-se em um importante porto fluvial, erguendo-se o seu castelo em posição dominante sobre aquele trecho do rio Guadiana. A sua importância era tal que, durante um curto período no século XI, foi capital de um pequeno emirado islâmico independente, a Taifa de Mértola.


À época da Reconquista cristã da península, só veio a ser conquistada no reinado de Sancho II de Portugal, por forças sob o comando do comendador da Ordem de Santiago, Paio Peres Correia, em 1238.

A 17 km existe a praia fluvial das Minas de São Domingos, com bandeira azul e água quente! As antigas minas estão bastante degradadas, e é pena não se manter em melhor estado um património de arqueologia industrial tão interessante.

Para jantar a Casa de Pasto TAMUJE é um oásis! Há javali como prato do dia! A imperial é artesanal...! Os preços são muito acessíveis, ao contrário de outros restaurantes que vimos em Mértola, pelo que este é certamente a escolha acertada. Convém marcar porque enche rapidamente.

Aconselha-se a visita a pé pela vila antiga, onde se pode visitar o Castelo, a Igreja de Nossa Senhora da Anunciação (antiga mesquita), a réplica de uma casa árabe e as escavações arqueológicas do bairro árabe, que conserva ainda bastantes vestígios romanos.

Ficámos alojados no Hotel Museu unidade de 3 estrelas, que foi construído em cima de vestígios arqueológicos, mantendo-os visitáveis. O staff é muito simpático e o Gin tónico  (Gordons) custa apenas 3€...




































ALCOUTIM - Julho 2016

A presença humana no território remonta ao Paleolítico Médio. Mas terá sido a partir do Neolítico (5.000 a.C. a 3.000 a.C) que as populações construtoras de megálitos se fixaram um pouco por todo o território de Alcoutim. Testemunhos dessa presença são os vários exemplos de monumentos megalíticos como antas, menires, tholos ou cistas megalíticas.
 No Período Romano, abundam os vestígios que nos indicam a existência de comunidades organizadas em núcleos habitacionais ou núcleos familiares. Aqui, o grande rio do Sul - o Guadiana - exercia uma grande atracção como via de penetração das rotas comerciais, que ligavam esta terra a todo o mediterrâneo.
Os quinhentos anos do domínio islâmico em Alcoutim, deixaram uma abundante toponímia, o que nos demonstra a sua forte presença neste espaço.
Após a reconquista cristã, (que terá ocorrido entre 1238, momento em que se conquista Mértola, e a tomada de Ayamonte em 1239), Alcoutim é integrada no território português. A 9 de Janeiro de 1304, D. Dinis dotou-a de foral que virá a ser reformado em 20 de Março de 1520, por D. Manuel I.
Nos finais do século XV, torna-se num condado a favor dos marqueses de Vila Real. A família Meneses manteve este condado até ao século XVII, momento em que os seus bens são integrados na Casa do Infantado (1654).
Na vila de Alcoutim, junto ao rio Guadiana, existem três estátuas que evocam para a memória colectiva de três figuras presentes na história desta terra e cujas actividades se relacionavam estritamente com este rio: o pescador, o guarda-fiscal e o contrabandista.
Estátua Guarda-fiscal
A Guarda Fiscal foi criada em 1885 e, a partir dai, os jovens locais viam nela uma actividade que podiam desempenhar, fugindo ao trabalho árduo e pouco rentável da vida do campo, obtendo mais tarde a almejada reforma, então regalia de poucos.
Alcoutim era sede de secção e onde estava o Posto Central. Ao longo do rio havia outros postos, que se viam entre si, para se poderem comunicar por luzes, disparos e outras técnicas utilizadas. O controlo do rio estava assegurado por estes postos construídos pelo Ministério da Fazenda. Os contrabandistas eram, junto com os refugiados da guerra civil espanhola, os principais alvos a caçar.
Estátua Contrabandista
Naturalmente que Alcoutim, como vila raiana, teve propensão para a actividade do contrabando, existindo ainda o factor económico resultante da pobreza da região.
O contrabando fazia-se por toda a margem do rio, onde terminavam os caminhos dos almocreves serranos. Trigo e outros cereais, figos, café, ovos e gado, entre outros passavam perto da vila, nas épocas em que afluíam os compradores a Sanlúcar. Oriundo da Andaluzia, era importante o contrabando de tecidos e de miolo de amêndoa.
Estátua Pescador
A pesca no Guadiana foi, desde sempre, uma actividade exclusivamente artesanal, destinada à subsistência das populações ribeirinhas.

Algumas destas artes foram utilizadas até aos princípios da década de 90, momento em que os últimos pescadores da vila cessaram a actividade, devido sobretudo à sua reduzida rentabilidade e à introdução de legislação que proíbe e restringe a utilização de determinadas artes e métodos de pesca.
Um segredo bem guardado é a praia fluvial de Alcoutim. Apanhámos água a 28º! Tem um bar de apoio e estacionamento. Se formos cedo ainda se apanham os chapéus de palha. Ficámos alojados na Pousada de Juventude, que tem sempre preços simpáticos, apesar desta pousada estar a precisar de umas obritas. Para jantar O Riverside Tavern tem uma lista interessante mas abusa nos preços de alguns pratos. Acabámos por descobrir que do lado espanhol se janta muito mais barato. Atravessar o rio custa 2€ por pax ida e volta, e compensa!