domingo, 31 de julho de 2016

ALCOUTIM - Julho 2016

A presença humana no território remonta ao Paleolítico Médio. Mas terá sido a partir do Neolítico (5.000 a.C. a 3.000 a.C) que as populações construtoras de megálitos se fixaram um pouco por todo o território de Alcoutim. Testemunhos dessa presença são os vários exemplos de monumentos megalíticos como antas, menires, tholos ou cistas megalíticas.
 No Período Romano, abundam os vestígios que nos indicam a existência de comunidades organizadas em núcleos habitacionais ou núcleos familiares. Aqui, o grande rio do Sul - o Guadiana - exercia uma grande atracção como via de penetração das rotas comerciais, que ligavam esta terra a todo o mediterrâneo.
Os quinhentos anos do domínio islâmico em Alcoutim, deixaram uma abundante toponímia, o que nos demonstra a sua forte presença neste espaço.
Após a reconquista cristã, (que terá ocorrido entre 1238, momento em que se conquista Mértola, e a tomada de Ayamonte em 1239), Alcoutim é integrada no território português. A 9 de Janeiro de 1304, D. Dinis dotou-a de foral que virá a ser reformado em 20 de Março de 1520, por D. Manuel I.
Nos finais do século XV, torna-se num condado a favor dos marqueses de Vila Real. A família Meneses manteve este condado até ao século XVII, momento em que os seus bens são integrados na Casa do Infantado (1654).
Na vila de Alcoutim, junto ao rio Guadiana, existem três estátuas que evocam para a memória colectiva de três figuras presentes na história desta terra e cujas actividades se relacionavam estritamente com este rio: o pescador, o guarda-fiscal e o contrabandista.
Estátua Guarda-fiscal
A Guarda Fiscal foi criada em 1885 e, a partir dai, os jovens locais viam nela uma actividade que podiam desempenhar, fugindo ao trabalho árduo e pouco rentável da vida do campo, obtendo mais tarde a almejada reforma, então regalia de poucos.
Alcoutim era sede de secção e onde estava o Posto Central. Ao longo do rio havia outros postos, que se viam entre si, para se poderem comunicar por luzes, disparos e outras técnicas utilizadas. O controlo do rio estava assegurado por estes postos construídos pelo Ministério da Fazenda. Os contrabandistas eram, junto com os refugiados da guerra civil espanhola, os principais alvos a caçar.
Estátua Contrabandista
Naturalmente que Alcoutim, como vila raiana, teve propensão para a actividade do contrabando, existindo ainda o factor económico resultante da pobreza da região.
O contrabando fazia-se por toda a margem do rio, onde terminavam os caminhos dos almocreves serranos. Trigo e outros cereais, figos, café, ovos e gado, entre outros passavam perto da vila, nas épocas em que afluíam os compradores a Sanlúcar. Oriundo da Andaluzia, era importante o contrabando de tecidos e de miolo de amêndoa.
Estátua Pescador
A pesca no Guadiana foi, desde sempre, uma actividade exclusivamente artesanal, destinada à subsistência das populações ribeirinhas.

Algumas destas artes foram utilizadas até aos princípios da década de 90, momento em que os últimos pescadores da vila cessaram a actividade, devido sobretudo à sua reduzida rentabilidade e à introdução de legislação que proíbe e restringe a utilização de determinadas artes e métodos de pesca.
Um segredo bem guardado é a praia fluvial de Alcoutim. Apanhámos água a 28º! Tem um bar de apoio e estacionamento. Se formos cedo ainda se apanham os chapéus de palha. Ficámos alojados na Pousada de Juventude, que tem sempre preços simpáticos, apesar desta pousada estar a precisar de umas obritas. Para jantar O Riverside Tavern tem uma lista interessante mas abusa nos preços de alguns pratos. Acabámos por descobrir que do lado espanhol se janta muito mais barato. Atravessar o rio custa 2€ por pax ida e volta, e compensa!














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